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Trombose de veia porta

Atualizado em: 21/07/2023
Tempo de Leitura: 3 minutos
Sumário
Trombose de veia porta -Imagem Ilustrativa

A trombose de veia porta, vaso responsável por transportar o sangue do abdome para o fígado, é a sua obstrução por um coágulo de sangue. Isso pode levar a complicações como hipertensão portal, ascite e varizes. O tratamento envolve o uso de anticoagulantes e, em alguns casos, procedimentos de descompressão. Saiba mais!

O que é a trombose de veia porta?

A veia porta é responsável por 75% de todo o sangue que vai para o fígado. Ela se origina na confluência da veia esplênica (drena o sangue do baço) com a veia mesentérica superior (drena o sangue do intestino). A trombose de veia porta é definida pela presença de um trombo (coágulo de sangue) nesta veia.

Este tópico é relevante pela alta morbimortalidade associada a essa patologia; principalmente quando há atraso no diagnóstico ou o seu manejo não é adequado. A maioria dos casos de trombose de veia porta ocorre em pacientes com cirrose hepática e/ou com doenças pró-coagulantes.

Quais os fatores de risco para trombose de veia porta?

Dentre os fatores de risco para trombose de veia porta, existem os fatores de risco locais (30% dos casos), que são: 

  • Cânceres em órgãos abdominais
  • Lesões inflamatórias (diverticulite, apendicite, pancreatite, doença de Crohn, úlcera duodenal, colecistite, entre outros)
  • Lesão inadvertida do sistema venoso portal (em casos de grandes cirurgias abdominais, como esplenectomia, trauma abdominal, gastrectomia, etc.) 
  • Cirrose hepática, tanto na sua fase inicial quanto na fase de doença avançada

Os demais fatores de riscos são considerados gerais (70% dos casos) e incluem: 

  • Doenças mieloproliferativas
  • Mutação do fator V de Leiden
  • Mutação do fator II
  • Deficiência de proteínas C e S
  • Gravidez recente
  • Síndrome antifosfolípide
  • Uso recente de anticoncepcionais orais
  • Hiperhomocisteinemia
  • Hemoglobinúria paroxística noturna

Quais os sintomas da trombose de veia porta?

A trombose de veia porta pode ser classificada em aguda ou crônica. Aproximadamente 43% dos pacientes podem ser assintomáticos e o diagnóstico é feito através de um exame de ultrassom; 39% dos pacientes vão iniciar o quadro com sangramento gastrointestinal e 18% com dor abdominal aguda. 

A dor abdominal aguda se origina quando a trombose de veia porta é aguda e/ou envolve as veias mesentéricas e pode causar isquemia intestinal. Os casos de trombose crônica de veia porta ocorrem geralmente em pacientes cirróticos e assintomáticos; possíveis sintomas nestes casos são: aumento do baço (esplenomegalia), icterícia (amarelamento dos olhos e pele), entre outros.

Como é realizado o diagnóstico e o tratamento da trombose de veia porta?

O diagnóstico da trombose de veia porta é feito através de exames de imagem. A tomografia computadorizada é o método de preferência, pois além de identificar a trombose também ajuda a identificar possíveis fatores predisponentes e facilita a definição da extensão da trombose e a ocorrência de isquemia intestinal.

Nos casos de trombose de veia porta aguda o tratamento principal consiste em anticoagulação sistêmica. Para a implementação do tratamento, o risco de sangramento pode ser excessivo (presença de varizes esofágicas de médio ou grosso calibre). Alternativas de tratamento são a lise do trombo através de injeção de substâncias por via percutânea ou trombectomia cirúrgica em casos específicos. 

Além disso, as condições patológicas associadas a trombose de veia porta devem ser tratadas, como, por exemplo, pancreatite, diverticulite, trauma abdominal, cânceres, entre outros. 

O tempo de anticoagulação dependerá da presença de fatores pró-trombóticos. Nos casos de pacientes com trombose de veia porta crônica, em especial os cirróticos, a anticoagulação sistêmica ainda não é recomendada em todos os casos.

Quais as complicações associadas a trombose de veia porta?

Existem possíveis complicações associadas com os casos de trombose de veia porta, tanto aguda quanto crônica. Nos casos agudos, ela pode causar isquemia intestinal, perfuração, sepse e até mesmo o óbito — se não tratada precocemente. 

Nos casos crônicos, e em especial nos cirróticos, há um aumento importante no risco cirúrgico no caso dos pacientes candidatos ao transplante de fígado (pelo aumento da complexidade no transoperatório, aumento do risco de sangramento na cirurgia, entre outras).

Existem casos mais raros de pacientes cirróticos com trombose completa do sistema porto-mesentérico (veia porta, veia mesentérica superior e veia esplênica). Esses pacientes, sem outras possibilidades de revascularização portal para um fígado transplantado isoladamente, são avaliados para o transplante multivisceral (estômago, pâncreas, fígado e intestino), e não apenas do fígado, por conta desta condição.

Foto Dr Yuri Boteon
Dr. Yuri Boteon
CRM: 144.829/SP
RQE: 56131 - Cirurgia Geral
Cirurgião da Equipe de Transplante de Fígado da Rede D’or. Professor da Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e do Departamento de Cirurgia da Universidade Santo Amaro.
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